Com o início da primavera as flores estão por todos os lados, seja nos enormes e imponentes ipês, nas muitas variedades de azaleias ou nas encantadoras e surpreendentes orquídeas. A depender da sua região, é muito provável que você já parou alguns instantes para admirar a beleza da floração de alguma espécie aí da sua cidade. E considerando a diversidade e imensidão do nosso país as espécies de flores da estação primavera são abundantes.
As espécies que você verá a seguir são todas nativas do Brasil e regularmente utilizadas como flores de primavera para jardim. Reunimos plantas representantes de todas as regiões do país, o que vai facilitar a identificação de algumas delas onde você mora. Nesse sentido, temos aqui exemplos de flores desde a Amazônia, passando pelo Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica até o Pantanal e o Pampa.
Além disso, algumas espécies citadas, são muito comercializadas em vasos, pois são típicas flores da primavera. Você pode encontrá-las com facilidade nas floras e mercados da sua cidade.
Flores da Estação Primavera
A primavera é uma palavra derivada do latim: primo vere, que significa primeiro verão. Ela é conhecida como a estação típica do florescimento das plantas. Época em que as borboletas e abelhas ficam mais ativas, prontas para promover a polinização.
Chamada de “Primavera Austral” no hemisfério sul, ela tem início, geralmente, no dia 23 de setembro e vai até o dia 21 de dezembro, entretanto, as datas podem sofrer variação de acordo com o ano.
Veja uma pequena seleção de flores da estação primavera que são facilmente avistadas nos parques, jardins e na natureza dependendo da região do país.
1 – Primavera (Bougainvillea spectabilis)
Não poderíamos começar com outra planta, se não a chamada Primavera. A florada da Bougainvillea spectabilis é responsável por um espetáculo de cores poucas vezes vistas em outras espécies, que recebe o nome de Primavera em várias partes do país.
Ela é nativa de todos os estados do Sul e Sudeste do país, além do Mato Grosso do Sul, Ceará, Sergipe, Bahia e Alagoas. E seu nome popular muda de acordo com a região, pois além de Primavera, é também conhecida como Espinho-de-Santa-Rita, Santa-Rita, Ceboleiro, Três-Marias, Buganvilia ou Buganvile.
O amplo cultivo da espécie resultou em muitos cultivares com flores e folhas em formatos e cores diferentes da espécie típica. Além disso, ela é confundida com outra espécie igualmente espetacular, nativa do Sul do Brasil, a Bougainvillea glabra.
A Buganvile é uma planta de clima tropical, que gosta de sol pleno, regas regulares e solo fértil.
2 – Estigmafilo (Stigmaphyllon ciliatum)
Conhecida também como Trepadeira-amarela, a planta Estigmafilo é uma trepadeira pouco ramificada, mas com folhas muito bonitas que realçam o conjunto. Ela ocorre nas restingas, ao longo de toda a costa brasileira.
Embora, em comparação com as demais flores da estação primavera, seu florescimento seja mais modesto, essa é uma espécie rústica, muito resistente. Além de suportar geadas leves, ela aceita até mesmo solos mais secos e com baixa fertilidade.
3 – Cuspidária (Cuspidaria convoluta)
A Cuspidária perde todas as folhas no inverno, no entanto, tem uma floração rosada exuberante, que surge na primavera, ao mesmo tempo das novas folhas de tom verde bem vivo.
Nativa da Mata Atlântica, do Cerrado, do Pampa e do Pantanal, a Cuspidaria convoluta tem uma espécie irmã, também bastante florida, e que se confundem: a Cuspidaria floribunda. Esta última, embora natural no sul da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, pode ser cultivada em todo país, pois suporta até mesmo as geadas mais leves.
Ambas são trepadeiras vigorosas que gostam de locais ensolarados e solo fértil. Perfeitas para ornar muros, grades, portais e cercas, pois suas gavinhas se agarram facilmente em qualquer superfície escalável.
4 – Papo-de-peru-grande (Aristolochia gigantea)
E quem acha que a primavera só traz flores lindas e perfumadas, não conhece a Papo-de-Peru-Grande. Para começar, suas flores têm um formato, no mínimo, inusitado. Veja você mesmo pela foto. E segundo relatos de quem possui uma planta dessas por perto, seu odor é nauseante, mas, serve para atrair alguns insetos.
Ela é uma trepadeira nativa de todo o Sudeste, além da Bahia e do Paraná. Precisa de sol pleno, solo fértil e regas regulares.
5 – Alamanda-amarela (Allamanda cathartica)
A trepadeira Alamanda-amarela é nativa de todas as partes do país. No entanto, ela recebe nomes populares diferentes a depender da região. Por exemplo, no Acre é conhecida como Margarida, no Sudeste como Dedal-de-rainha e Dedal-de-princesa, além de Carolina, Dedal-de-dama e simplesmente Alamanda em outros estados.
Tem um crescimento intenso em pleno sol, as flores são grandes e em quantidade.
Uma das vantagens de se ter uma trepadeira Alamanda-amarela no jardim é que ela floresce quase todo o ano, porém mais abundantemente na primavera e no verão.
6 – Lírio-do-zéfiro (Zephyranthes robusta)
Ter um Lírio-do-zéfiro no seu jardim, por certo vai deixá-lo muito elegante. Ela é uma herbácea interessante, já que suas flores se originam diretamente dos bulbos no interior do solo. Além disso elas crescem acima da folhagem, oferecendo um visual lindíssimo.
Mas se você prefere o cultivo em jardineiras e vasos, não se arrependerá. No entanto, embora seja uma planta de sol pleno ela prefere regiões com clima mais amenos como o subtropical.
O Lírio-do-Zéfiro é nativo de todos os estados do Sul, além do Rio de Janeiro e São Paulo.
7 – Amarílis (Hippeastrum puniceum)
Se você ainda não conhece a flor Amarílis, vai se encantar com sua presença nos jardins. Os talos das flores são grossos e se casam perfeitamente com as folhas longas e laminares. Embora seja uma planta rústica e resistente, é bom avisar que as lagartas podem ser um problema.
Ela gosta de substrato enriquecido com material orgânico e bem drenado, pois as regas precisam ser constantes para manter a umidade do solo. Fique atento em regiões de clima mais seco, pois a Amarílis pode secar e não chegar ao florescimento.
Nativa de todo o país, desde a Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal, até o Pampa, ela recebe outros nomes populares, como Açucena e Açucena-laranja.
8 – Crista-de-galo (Celosia argentea)
Embora não seja nativa do Brasil a Crista-de-galo foi naturalizada e está há tanto tempo em nossos jardins que ocorre em todos os estados do país. Ela é uma herbácea de caule ereto, que pode chegar a 80 cm de altura.
Suas flores são um espetáculo, podendo ser vermelhas, róseas, amarelas ou brancas. Ela pode ser cultivada ao longo de muros e paredes, em maciços e canteiros. Gosta de sol pleno e é resistente ao nosso verão tropical.
9 – Jacinto (Alstroemeria caryophyllaea)
Nativa da Mata Atlântica do Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Jacinto é também conhecido popularmente como Madressilva-brasileira. Mesmo quando não está em floração, o Jacinto apresenta uma folhagem bonita que, no entanto, desaparece quase totalmente no inverno, para logo a seguir florescer na primavera.
O Jacinto pode ser cultivado tanto em sol pleno, como também em ambiente semissombreado. Gosta de solo fértil e regas frequentes. É uma espécie que aprecia climas amenos e frio, porém sem geadas. O Jacinto (Alstroemeria caryophyllaea) está na lista de plantas que correm risco de extinção em seu habitat nativo.
Muito conhecido como flor de corte, algumas espécies são híbridas com flores de cores diversas e amplamente utilizadas na decoração. Mas sua beleza na formação de maciços e renques nos jardins é incontestável.
10 – Planta-veludo (Ruellia makoyana)
Com suas flores de cores roxas ou lilás, elas surpreendem com a floração abundante em meio ao verde da folhagem. Nativa da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil, a Planta-veludo atrai os beija-flores e é uma espécie delicada, muito ramificada e de tamanho médio, chegando a 30 cm de altura.
Evite plantar essa espécie em sol pleno, pois a Planta-veludo prefere a proteção dos bosques sombreados e locais à meia-sombra. Além disso, ela é sensível às geadas.
11 – Farroupilha (Justicia floribunda)
A Farroupilha é nativa apenas do Sul do Brasil, e por isso mesmo prefere o cultivo em climas mais amenos e de altitude, seja à meia-sombra ou em sol pleno. Dessa forma, ela apresenta um florescimento abundante que atrai muitos beija-flores.
Como um subarbusto extremamente ramificado, e com folhas em tons de verde vivo, a Farroupilha floresce na primavera. As flores com cores vermelhas e extremidade amarela conferem um visual extraordinário, totalmente salpicado de pontinhos amarelados em meio ao arbusto verde.
12 – Justícia (Justicia carnea)
Você vai ver a floração da Justícia, também conhecida como Jacobina, em todos os estados da Região Sul e Sudeste, além da Bahia. Sua inflorescência é grande e bastante densa, em formato espigado com flores rosadas que atraem beija-flores.
Ela é um arbusto que chega a pouco mais de 1,80 m de altura, pouco ramificado. Mas a quantidade de folhas e o tamanho delas, de cerca de 20 cm de comprimento, dão à planta um aspecto frondoso.
A Justícia prefere o cultivo à meia-sombra, com substrato sempre umedecido e rico em material orgânico. Ela se multiplica facilmente por estacas e seu florescimento acontece mesmo em plantas ainda jovens.
13 – Alamanda-vinácea (Allamanda blanchetii violacea)
A Alamanda-vinácea tem flores lindas em tom forte de vinho, como o próprio nome destaca. Ela pode ser cultivada isolada para realçar seu porte arbustivo em meio a amplos gramados, mas também é uma boa opção para renques ao longo de muros e cercas.
Ela é nativa de todos os estados do Nordeste, sobretudo do Ceará, além de Minas Gerais e Goiás. Dessa forma, seu cultivo é próspero em regiões de clima tropical quente e sempre em sol pleno.
14 – Orelha-de-onça (Pleroma heteromallum)
A Orelha-de-onça recebe esse nome popular por conta de suas belas folhas aveludadas em tom acinzentado. É um arbusto muito ramificado, com ramos compridos que podem atingir até 3 metros de altura.
A inflorescência da Orelha-de-onça acontece na ponta dos ramos, acima das folhas, com várias flores pequenas e roxas. É uma planta que precisa de sol durante todo o dia para estimular a floração.
Ela ocorre no Cerrado e na Mata Atlântica, sendo nativa de todos os estados da Região Sudeste, além de Goiás, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A Orelha-de-onça gosta de calor e não é indicada para os estados do Sul do país pois é muito sensível às geadas.
Enfim, flores maravilhosas não faltam. Se quiser ainda mais opções veja esse artigo que publicamos anteriormente: 11 Flores Vermelhas No Jardim, Escolha As Suas.
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