
A Mata Atlântica é uma grande área verde que cobre mais de 1 milhão de km² na costa leste do Brasil, embora hoje reste apenas 12,4% da sua vegetação original. Ela se estende por toda a Faixa Continental Atlântica Brasileira, desde as montanhas até as praias e vai até o Sul, chegando até o Paraguai e a Argentina. E embora as árvores da Mata Atlântica sejam muitas, mencionamos algumas espécies interessantes neste artigo para te mostrar.
A Mata Atlântica é um tipo de floresta que precisa de chuva para se manter. Ela e é formada por diferentes tipos de vegetação, desde florestas mais densas até aquelas que perdem suas folhas em certas épocas do ano.
No entanto, a Mata Atlântica foi muito alterada ao longo da história do Brasil, principalmente por causa da urbanização e do desenvolvimento do país. Mesmo assim, ela continua sendo um tesouro nacional que precisamos cuidar.
As Árvores da Mata Atlântica
O número de espécies de árvores da Mata Atlântica é estimado em 20.000, sendo que 52% delas são endêmicas, ou seja, só ocorrem nesta floresta. Em um único hectare de Mata Atlântica, podem ser encontradas até 450 espécies de árvores diferentes. Confira alguns exemplos:
1 – Jacarandá-com-Espinho (Machaerium nyctitans)
A planta Jacarandá-com-Espinho pertence à família Fabaceae e tem como nome científico Machaerium nyctitans. No entanto, é comumente conhecida, especialmente nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, como “Bico-de-pato”.
O Jacarandá-com-Espinho em sua fase adulta, pode alcançar até 26 metros de altura, no entanto, em plantios específicos, já foi registrada uma altura de até 10 metros.
A planta possui folhas que reagem ao toque, movendo-se ou fechando-se.
O tronco do Jacarandá-com-Espinho é tortuoso e, em algumas ocasiões, pode apresentar múltiplos troncos. Além disso, possui uma copa pequena, densa e irregular.
Como é uma árvore que cresce rápido, se torna ideal para plantios destinados à restauração de áreas degradadas. Além disso, possui uma característica ornamental, embora tenha uma vida útil curta, variando de 5 a 10 anos. Por isso, recomenda-se o uso ornamental apenas até sua primeira floração.
2 – Caujuja (Styrax leprosus)
A Caujuja, cientificamente conhecida como Styrax leprosus, é uma planta que pertence à família Styracaceae. No entanto, ela é populamente conhecida em diferentes regiões do Brasil por diversos nomes. Em Minas Gerais, é chamada de benjoim, jaguatinga e mariamole. Já no Paraná, é conhecida como azeitona-do-mato, cajujo, carne-de-vaca, cuia-do-brejo, maria-mole-graúda e pau-de-remo.
A Caujuja é uma árvore que pode atingir até 18 metros de altura. Possui um tronco levemente tortuoso e uma copa densa.

Além de sua beleza, a Caujuja tem diversas utilidades. Sua madeira é adequada para a produção de papel e também é uma boa fonte de lenha. Na medicina popular, as folhas e a casca são usadas para preparar chás e xaropes que ajudam no combate a diversas doenças.
Assim como, é também frequentemente utilizada em paisagismo, sendo uma excelente opção para ornamentação e recuperação de áreas de preservação.
3 – Braúna-do-Sertão (Schinopsis brasiliensis)
A Braúna-do-Sertão (Schinopsis brasiliensis) é uma árvore que pertence à família Anacardiaceae. Esta árvore é conhecida por diversos nomes populares, sendo os mais comuns “baraúna” e “braúna”.
O nome genérico “Schinopsis” significa “parecido com Schinus”, que é uma aroeira encontrada no Sul e Sudeste do Brasil.
A Braúna-do-Sertão é uma árvore que se destaca por sua imponência. Ela pode crescer até alturas consideráveis de 15 metros e possui um tronco robusto e resistente.
Suas folhas caracterizam-se por uma coloração verde intensa, enquanto suas flores têm uma tonalidade mais suave, que contrasta com o ambiente árido onde geralmente é encontrada.
Os frutos da Braúna-do-Sertão são envoltos por uma casca espessa e rugosa, e dentro deles, encontramos sementes de formato oval, que são protegidas por um tegumento lenhoso.
A madeira da Braúna-do-Sertão é frequentemente utilizada em construções e sua casca é rica em tanino, sendo usada na indústria de curtume. Além disso, a planta tem aplicações medicinais, usada no tratamento de verminoses de animais domésticos.
4 – Cebolão (Phytolacca dioica)
O Cebolão é da família Phytolaccaceae e é conhecido por diversos nomes em diferentes regiões. No Paraná, é chamado de cebolão, ceboleiro, embu, maria-mole e umbu. No Rio Grande do Sul, é conhecido como umbu e umbuzeiro. Em Santa Catarina, é referido como ceboleiro, figueira, maria-mole, peúdo e umbu. No exterior, em países como Argentina, por exemplo, recebe o nome de ombú, enquanto na Espanha é conhecido como bellasombra.
O nome genérico “Phytolacca” vem da derivação grega “phytón”, que significa planta, e do italiano “lacca”, que se refere ao verniz ou goma-laca, aludindo ao poder corante dos frutos de algumas espécies deste gênero.

As árvores maiores podem alcançar até 25 m de altura. Uma característica marcante dessa espécie é a base do tronco, que em exemplares adultos se expande consideravelmente, assumindo a forma de um pedestal irregular. Deste pedestal, emergem troncos secundários de diferentes espessuras.
A planta floresce de agosto a janeiro no Paraná e de setembro a novembro no Rio Grande do Sul. De janeiro a fevereiro você consegue observar os frutos já maduros. Estes frutos atraem diversas aves, como pombas e juritis. As sementes são circundadas por uma carena amarelada.
O Cebolão é uma espécie que prefere solos pedregosos, várzeas e inícios de encostas. É uma excelente indicadora de solos com alta fertilidade química para a agricultura. No entanto, devido às suas raízes vigorosas, não é recomendado plantá-la próxima a edificações.
5 – Cumaru-Ferro (Dipteryx odorata)
Pertencente à família Fabaceae, o Cumaru-Ferro é conhecido por diversos nomes em diferentes regiões. No Acre e no Pará, é chamado de Cumaru-ferro. No Amazonas, é conhecido como Cumaru, Cumaru-do-amazonas, Cumaru-da-folha-grande, Cumaru-roxo e Cumaru-verdadeiro. Outros nomes incluem Cumbari, Sarrapia, Cumari, Cumaruzeiro e Cumbaru.
O nome genérico “Dipteryx” é devido à flor da planta que apresenta duas asas. O epíteto específico “odorata” refere-se ao forte cheiro de cumarina que a planta exala.

O Cumaru-Ferro é uma árvore que pode atingir até 40 metros de altura. Seu tronco reto e cilíndrico é proporcionalmente menor que a copa. Pode apresentar algumas protuberâncias e sapopemas de até 1 metro de altura. As sapopemas são raízes que se desenvolvem como o tronco da árvore, formando divisões achatadas a sua volta.
As sementes do Cumaru-Ferro são comestíveis e são usadas na confecção de bijuterias, como colares. No entanto, é importante notar que as sementes contêm cumarina, uma substância com propriedades medicinais e que deve ser usada com cautela.
Curiosidade: as sementes do Cumaru-Ferro contêm um óleo essencial aromático amplamente utilizado na indústria de perfumaria e cosméticos. Este óleo é muito valorizado no mercado internacional e é similar ao óleo de amendoim.